quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Os Sen Toku - História esquecida dos Submarinos-Aeródromos



 Os Sen Toku eram verdadeiros Submarinos-Aeródromos, os únicos já construídos em toda a história.O projetista aeronáutico Toshio Ozaki, criou o caça-bombardeiro M6A1 Seiran a fim de cumprir a incrível requisição da Marinha por um avião que pudesse operar exclusivamente a partir de um submarino. Os planejadores militares japoneses tinham uma ambiciosa idéia de usá-lo como um surpreendente meio de golpear os EUA diretamente no continente e também em outros alvos estratégicos importantes que ficavam a milhares de quilômetros do Japão, como o estratégico Canal do Panamá.

 

 Para dar o devido suporte às operações do Seiran, o Japão desenvolveu então uma pequena frota de grandes submarinos especiais da Classe Sen Toku I-400, capazes de transportá-lo até uma distância passível de um ataque bem sucedido, que dificilmente teria resposta em tempo hábil da parte dos oponentes. Embora nenhum Seiran jamais tenha entrado em combate, o impressionante sistema de armas conjunto do Seiran / Submarino representa uma muito engenhosa mistura de tecnologia aeronáutica com tecnologia de construção naval.

 

Cada SAe desses era capaz de carregar em absoluta discrição pelo mundo inteiro sob a água dos oceanos 3 hidroaviões Aichi M6A1 Seiran para atuarem em seus destinos, como caças-bombardeiros. Os Seiran podiam percorrer longas distâncias para bombardear alvos em absoluta surpresa, deixando os inimigos estarrecidos, e jogar torpedos aéreos contra cobiçados alvos navais a distâncias de até 12.000 m. Era um alcance fabuloso para torpedos da época, visto que o melhor dos americanos não tinha sequer metade desse alcance. A ameaçadora existência dos Sen Toku e seus Seiran era desconhecida da inteligência aliada. Os SAes também carregavam torpedos para combate de curto alcance e foram projetados para emergir, lançar as aeronaves e mergulhar outra vez, rapidamente, antes que fossem descobertos.



Esses submarinos tinham 2 vezes mais alcance que o  maior submarino americano daquela época, o USS Argonaut, e eram 60 % maiores que ele. O I-400 estava décadas à frente de seu tempo. Era o maior submarino do mundo, com um comprimento de 120 m e um peso submerso de 6.560 ton. Ele tinha uma velocidade de cruzeiro de 18,7 nós na superfície e levava 144 tripulantes. Seu limite de mergulho era de 100 m de profundidade. As aeronaves eram empurradas para fora do hangar através de uma porta hidráulica maciça para dentro de uma catapulta pneumática de 25,9 m (85 pés). Ali os caças-bombardeiros Aichi M6A1 Seiran eram equipados para o vôo, sendo abastecidos, armados, e lançados. No retorno, eles pousavam ao lado do SAe e eram então levantados de volta para bordo com um poderoso guindaste hidráulico. O I-400 era equipado com um snorkel, radar, detectores de radar e espaçosos tanques de combustível que lhe davam um alcance de 69.500 km (37.500 mn) a 14 nós, que nada mais é que uma volta e meia pelo mundo. Sua maquinária era composta por 4 motores diesel com 7,700 hp, e motores elétricos com 2.400 hp. O Submarino-Aeródromo japonês era armado com 8 tubos do torpedo, um canhão calibre 50 de 14 cm (5,5") no convés, um canhão anti-aéreo de 25 mm na ponte, e mais 3 torretas triplas do mesmo armamento sobre o seu hangar.



Os submarinos Sen Toku carregaram 4 torpedos aéreos, 3 bombas de 800 kg, e 12 bombas de 250 kg para armar seus 3 aviões. Os M6A1 tinham seus muitos pontos do montagem revestidos com pintura fluorescente para facilitar a montagem no escuro. Desse modo, apenas 4 homens treinados poderiam preparar um avião para lançamento em 7 minutos. Eles podiam mesmo ser totalmente montados e novamente desmontados em questão de minutos, desde as asas até as partes da cauda.



Todos os 3 aviões a bordo de um SAe Sen Toku podiam ser preparados, armados e lançados em 45 minutos.Para caber dentro do hangar cilíndrico com diâmetro de 3,7 m, Ozaki projetou a asa de modo a rotacionar 90º uma vez que os tripulantes removessem os dois flutuadores. Após girar as asas, uma equipe de 4 homens dobrava-as para trás para permanecerem paralelas e se firmarem de encontro à fuselagem. Aproximadamente, 2/3 de cada lado do estabilizador horizontal dobrava-se também para baixo, do mesmo modo que o topo do estabilizador vertical. Os tripulantes armazenavam então os flutuadores e seus pilões de sustentação em compartimentos separados. Tudo era feito de de tal maneira que as dimensões da aeronave ficassem compreendidas pelo diâmetro da hélice. Quando prontas para decolagem, as aeronaves tinham uma envergadura de 12,6 m e um comprimento de 11,6 m. Quando a frota submarina encontrou-se reduzida com a aproximação do fim da guerra, a Marinha passou a requerer poucos Seirans; assim, esse programa foi encurtado. A Aichi conseguiu construir 28 Seirans (incluindo protótipos) e 2 treinadores M6A1-K Nanzan. Um total de 28 M6A1 foram construídos entre outubro de 1943 e julho de 1945 por Aichi Kokuki K. K., em Eitoku, incluindo os 2 treinadores M6A1-K Nanzan.



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3 comentários:

Bisma... disse...

Essa tecnologia seria bem empregada hj com submarinos transportando caças... Já q muitos caças decolam e pousam na vertical... Isso se já não existe essa tecnologia...

Boa matéria, não conhecia...

Marcelo Ballard disse...

A força japonesa na segunda guerra era muito eficiente e pouco valorizada hj. Porta aviões, submarinos e aviões eram muito bons, até melhores q os dos americanos...

Silverinha disse...

Gostei, será q sobrou algum?? Ou aqueles malditos americanos levaram tudo com eles, como fizeram na Alemanhã.